Fiscalização do CFC e do CRCDF atua em caso de vagas de concurso público para contador sem exigência de registro
Área do Cliente
Notícia
As (muitas) razões para a queda do dólar
Em meio ao pânico na virada de ano, parecia que havia um sentido único para o dólar no Brasil – mas nas duas últimas semanas, a moeda americana inverteu a mão.
A cotação fechou hoje a R$ 5,77 – o 12° dia consecutivo de queda, recuo de 6% no ano e o menor preço desde novembro.
A reversão na trajetória começou logo depois da posse de Donald Trump; o dólar voltou a ficar abaixo de R$ 6 em 22 de janeiro.
O que aconteceu? Segundo gestores e tesoureiros ouvidos pelo Brazil Journal, as teses de investimento que vinham mobilizando apostas na continuidade da valorização das ações americanas e no fortalecimento global do dólar – o Trump trade – passaram a ser questionadas nos últimos dias.
Parte do movimento do câmbio no Brasil, portanto, deriva do cenário externo.
Mas houve também razões internas para a diminuição – ainda tímida – da crise de confiança em relação ao País.
“O Governo ‘panicou’ com a alta do dólar, e o Banco Central está agindo para conter uma maior desancoragem das expectativas,” disse um banqueiro.
O problema é que essa pequena trégua no mercado local pode esmorecer o senso de urgência em Brasília em relação a mais medidas fiscais.
“Quando a coisa melhora um pouco, o Governo relaxa,” apontou um executivo da Faria Lima. “A trajetória continuará complicada.”
Abaixo, uma síntese das principais razões apontadas por banqueiros e gestores para a queda recente do dólar – e até onde ela poderá chegar.
‘TRUMP TRADE’ ENFRAQUECIDO
O choque causado pelo sucesso da startup chinesa DeepSeek machucou as ações da Nvidia e reprecificou todas as empresas relacionadas à inteligência artificial.
“Isso foi um ponto de interrogação tremendo; as pessoas passaram a questionar os valuations esticados de alguns papéis,” disse um estrategista.
10108 758bd999 9090 00d0 0000 96a1aedf939d
Ao mesmo tempo, as guerras tarifárias de Trump, apesar de fortalecerem o dólar no curtíssimo prazo, podem levar a um enfraquecimento das ações americanas.
“As empresas dos EUA têm grande parte de seus lucros no exterior e poderão sofrer retaliações. Não parece ser um risco precificado,” disse um gestor.
“De modo mais amplo, será que a exuberância dos últimos anos não chegou ao fim? Ainda mais agora, com os EUA talvez deixando de ser um parceiro confiável para muitos países,” disse o tesoureiro de um banco internacional. “Haverá uma diversificação.”
A rotação dos investidores contribuiu para a valorização dos ativos em alguns países emergentes no início do ano – e o Brasil foi um dos mais beneficiados.
O EWZ – o ETF da Bolsa brasileira em dólares – disparou 11,5% em janeiro. Foi o melhor desempenho no mês entre as principais Bolsas do mundo. O S&P 500 subiu 2,9%.
O CARREGO FICOU CARO
Os temores de que o Brasil pudesse estar entrando em dominância fiscal – o fenômeno que acontece quando a política monetária perde o poder de ancorar as expectativas – parecem ter sido exagerados.
A forte alta na Selic – que acaba de chegar a 13,25% e deve bater 14,25% na reunião de março do Copom – encarece o custo de carregamento de posições vendidas em real.
Gabriel Galipolo
“O carry começou a bater,” disse um gestor.
“O fiscal não é bom, mas não vai explodir,” disse um banqueiro. “Além disso, o BC está agindo.”
A Selic nas alturas também está pegando na atividade econômica – mais um sinal de que o BC não está totalmente no banco do passageiro e, portanto, o Brasil não vive uma desancoragem similar à ocorrida nos anos Dilma.
“Os juros funcionam sim,” afirmou um economista. “Ainda não dá para falar em dominância fiscal, por mais que exista esse risco.”
O BRASIL ESTAVA MUITO BARATO
No fundo do poço tem um alçapão, diz o ditado.
Sempre haverá risco de novas quedas, mas, para muitos gestores – incluindo aí importantes fundos internacionais – os ativos brasileiros estavam descontados demais para serem ignorados, ainda mais agora com os EUA perdendo um pouco de seu colossal poder de atração.
“Ajuda o fato de a mira de Trump, ao menos por enquanto, não ter sido apontada para o Brasil,” comentou um gestor. “Trump acertou o México na cabeça, acertou o Canadá na cabeça. Mas o Brasil, não. Há investidores montando posições em real contra o peso mexicano, o contrário da tese que vigorou nos últimos anos.”
A evolução do EWZ dá uma dimensão de como o Brasil ficou barato nos últimos meses. Apesar da alta expressiva em janeiro, o índice precisa ainda subir quase 90% para retornar ao nível do início de 2020. O ETF está hoje apenas ligeiramente acima das mínimas históricas atingidas em 2020 – na pandemia – e em 2016, na crise do Governo Dilma.
2026 É LOGO ALI
As pesquisas mais recentes escancararam a queda na aprovação do Governo. Um Lula enfraquecido eleva a probabilidade de mudança no Planalto – um cenário que, dada a hostilidade de Lula a reformas, seria favorável aos ativos brasileiros.
“Milei parece estar dando certo na Argentina, e o Boric deve perder a eleição deste ano no Chile,” disse o executivo de um grande banco. “O zeitgeist parece ter se inclinado para a direita, para governos mais market friendly.”
“As eleições de 2026 já estão sendo antecipadas – algo que normalmente só ocorreria lá para abril do próximo ano,” disse esse executivo. “Quanto vale [no preço dos ativos] uma transição para alguém como Tarcísio? Vale muito.”
Todos esses fatores externos e locais contribuíram para a devolução de boa parte da esticada do dólar – mas daqui para frente, não é óbvio que o movimento de descompressão continue.
“O dólar já caiu bastante, foram mais de 50 centavos,” disse um gestor. “Agora, muito dependerá do que Trump vai fazer e dos efeitos a médio prazo.”
As políticas de Trump também trazem incertezas com relação ao cenário inflacionário e mantêm pressionados os juros dos Treasuries, o preço mais importante do mundo.
“Isso dificulta o fechamento da curva de juros no Brasil, além do prêmio fiscal no mercado local,” disse um gestor.
Além do imponderável Trump, há inescapavelmente o imponderável Lula.
“Se o mercado continuar melhorando, o pessoal do Governo vai falar: ‘Tá vendo, a Faria Lima é muito nervosinha. Era tudo especulação’,” disse o executivo de um banco. “Aí, se não tiver uma ajuda externa, piora tudo de novo. É juro e dólar para cima.”
Notícias Técnicas
A nova regra entra em vigor no dia 1º de maio de 2025, e formaliza um novo Termo de Adesão, que pode ser firmado por órgãos e entidades que não integram o Poder Executivo Federal
Ação tem o objetivo de viabilizar a realização das reavaliações e das revisões de benefícios previdenciários e assistenciais
Em todo país, pagamento beneficiará 34,2 milhões de pessoas. Calendário vai de 24 de abril a 8 de maio
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados debate na quarta-feira (23) uma possível alteração na Lei do Imposto de Renda, visando oferecer o modelo de “splitting familiar”.
Notícias Empresariais
A equipe econômica prevê que 2027 será um ano difícil para o orçamento; fim da exclusão dos precatórios da meta fiscal é um dos principais fatores de pressão
3ª turma entendeu que regra de impenhorabilidade pode ser relativizada diante das circunstâncias do caso concreto
Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que chineses já queriam novos mercados antes das tarifas de Donald Trump. Indústria nacional precisa de investimentos pois ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade.
Da ameaça de inundação de produtos chineses à abertura de novos mercados, o Brasil pode ganhar com a chacoalhada mundial desencadeada pela guerra comercial que opõe seus dois maiores parceiros comercias, mas também há ameaças. Governo evita confronto direto e tenta compensar os possíveis prejuízos com abertura de novas frentes de negócio
Saiba como funcionam os dias de descanso entre 19 e 21 de abril, quem pode aproveitar e quais são as regras trabalhistas para cada tipo de escala
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.